CEO da Novo Nordisk Enfrenta Críticas no Congresso Sobre Preços do Ozempic
Acompanhe as intensas audiências do Congresso em que o CEO da Novo Nordisk, Lars Fruergaard Jørgensen, foi questionado sobre os altos preços dos medicamentos Ozempic e Wegovy. Descubra como os gerentes de benefícios farmacêuticos (PBMs) desempenham um papel crucial na formação dos preços e como a pressão sobre os preços afeta o acesso a esses medicamentos essenciais para o tratamento da diabetes tipo 2 e perda de peso. Conheça as estatísticas sobre os lucros da Novo Nordisk e a disparidade de preços entre os Estados Unidos e a Europa. Esteja por dentro das discussões sobre a reforma do sistema de preços de medicamentos e como isso impacta milhões de americanos que precisam de tratamento.
Fábio H. M. Micheloto
9/30/20242 min read


CEO da Novo Nordisk Interpelado pelo Congresso sobre Preços Elevados do Ozempic
Na última terça-feira, durante uma audiência acalorada do Senado, o CEO da Novo Nordisk, Lars Fruergaard Jørgensen, foi alvo de questionamentos rigorosos sobre os altos preços dos medicamentos Ozempic e Wegovy. A audiência, realizada pela Comissão de Saúde, Educação, Trabalho e Pensões, trouxe à tona a crescente insatisfação em relação ao custo desses medicamentos essenciais para o tratamento da diabetes tipo 2 e a obesidade.
Durante seu depoimento, Jørgensen atribuiu parte da responsabilidade pelos preços elevados aos gerentes de benefícios farmacêuticos (PBMs), explicando que uma lista de preços alta pode resultar em maior acesso aos pacientes, uma vez que os PBMs conseguem negociar rebates mais significativos em medicamentos de maior preço. Ele observou que, se o preço listagem de Ozempic e Wegovy fosse mais baixo, esses medicamentos poderiam deixar de ser oferecidos pelos PBMs.
Apesar de Jørgensen tentar justificar os preços, o presidente da comissão, o senador Bernie Sanders, insistiu em que o CEO se reunisse com os PBMs para discutir a possibilidade de redução dos preços. Sanders destacou que já havia recebido compromissos por escrito de grandes PBMs, como Optum Rx, Caremark e Express Scripts, garantindo que, se a Novo Nordisk reduzisse significativamente os preços, esses medicamentos continuariam em suas listas de cobertura.
Sanders expressou sua preocupação sobre como os preços exorbitantes do Ozempic e Wegovy tornam esses tratamentos inacessíveis para milhões de americanos. Em abril, ele afirmou que os altos preços transformaram medicamentos que poderiam melhorar a qualidade de vida em "bens de luxo", enquanto a Novo Nordisk reportou lucros superiores a US$ 12 bilhões em 2023, um aumento de 76% em relação a 2021.
Além disso, um relatório da comissão revelou que o custo do Wegovy é consideravelmente menor em países europeus, variando de US$ 140 por mês na Alemanha a US$ 92 no Reino Unido, enquanto os americanos pagam cerca de US$ 1.349 por mês pelo mesmo medicamento.
Em sua defesa, Jørgensen argumentou que o custo da diabetes tipo 2 nos Estados Unidos é de aproximadamente US$ 413 bilhões anualmente, e a obesidade representa um custo de US$ 1,7 trilhões, enfatizando a importância de garantir cobertura de seguro para pacientes afetados por essas condições.
Ele também afirmou que, para cada dólar ganho pela Novo Nordisk, 74 centavos são destinados aos PBMs e companhias de seguros. "Quando estabelecemos um preço de lista, precisamos considerar os rebates que temos que pagar. A menos que paguemos grandes rebates, não obteremos acesso à lista de medicamentos," explicou Jørgensen.
A audiência também levantou críticas direcionadas aos PBMs. O senador Tim Kaine comentou que, embora apoiasse a investigação sobre a indústria farmacêutica, era preciso abordar a responsabilidade dos PBMs nesse contexto.
Larry Levitt, vice-presidente executivo da KFF, uma organização sem fins lucrativos que pesquisa questões de políticas de saúde, descreveu a situação como uma "corrida armada" nos preços dos medicamentos: preços elevados levam a rebates maiores para os PBMs, o que, por sua vez, incentiva aumentos nos preços de lista. Essa dinâmica resulta em custos mais altos para pacientes não segurados e aqueles com planos de alta franquia.
Com essa audiência, o Congresso continua a investigar as práticas de precificação da Novo Nordisk, buscando soluções que promovam o acesso a tratamentos essenciais para todos os americanos.
Fonte: https://www.drugs.com/news/novo-nordisk-ceo-grilled-congress-over-price-ozempic-121504.html