Elinzanetant: O Novo Tratamento Não-Hormonal para Sintomas da Menopausa?
Um estudo recente investiga o elinzanetant, um medicamento não-hormonal que promete aliviar os sintomas vasomotores da menopausa. Os resultados indicam uma melhora significativa nos fogachos e na qualidade de vida das pacientes. Saiba como essa nova terapia pode revolucionar o tratamento para mulheres na pós-menopausa.
ENDOCRINOLOGIAFARMACOLOGIA
Fábio H. M. Micheloto
10/28/20243 min read


Um Novo Horizonte para o Tratamento dos Sintomas da Menopausa
Os sintomas vasomotores, como os temidos fogachos (ondas de calor) e suores noturnos, afetam milhões de mulheres na pós-menopausa. Essas manifestações podem prejudicar gravemente a qualidade de vida, causando desde insônia até impacto no bem-estar emocional. Até hoje, a terapia hormonal (TH) é o tratamento mais comum para aliviar esses sintomas, mas a busca por alternativas não-hormonais, que possam oferecer os mesmos benefícios com menos riscos, é um tema central na pesquisa médica atual.
Um novo medicamento, o elinzanetant, surgiu como uma promessa no tratamento dos sintomas vasomotores moderados a graves associados à menopausa. O fármaco, um antagonista seletivo dos receptores neurocinina-1 e neurocinina-3, foi testado em dois grandes ensaios clínicos de fase 3 – o OASIS 1 e o OASIS 2. Essas pesquisas avaliam a eficácia e segurança de 120 mg de elinzanetant em mulheres na pós-menopausa. Os resultados indicam que ele pode ser uma nova esperança para as mulheres que buscam alívio sem recorrer à terapia hormonal.
Como os Estudos OASIS Foram Conduzidos?
Os ensaios clínicos OASIS 1 e OASIS 2 foram desenhados para testar a eficácia e segurança do elinzanetant em uma população de mulheres na pós-menopausa com idade entre 40 e 65 anos, todas enfrentando sintomas vasomotores moderados a graves. O OASIS 1 foi realizado em 77 centros de pesquisa nos Estados Unidos, Europa e Israel, entre agosto de 2021 e novembro de 2023. Já o OASIS 2 contou com centros nos Estados Unidos, Canadá e Europa, de outubro de 2021 a outubro de 2023.
Os estudos seguiram um rigoroso protocolo de pesquisa: as participantes foram divididas aleatoriamente para receber ou 120 mg de elinzanetant ou um placebo por 26 semanas. Durante as primeiras 12 semanas, metade das mulheres recebeu o placebo, e a outra metade, o elinzanetant. Após esse período, todas passaram a receber o medicamento ativo por 14 semanas, permitindo uma análise comparativa clara entre os grupos.
Os desfechos principais avaliados foram a mudança na frequência e na gravidade dos fogachos, medidas por um diário eletrônico que monitorava os episódios de ondas de calor a cada 24 horas. Os sintomas de distúrbios do sono, outro problema comum durante a menopausa, também foram monitorados, assim como a qualidade de vida relacionada à menopausa.
Os Resultados: Elinzanetant Funciona?
Os dados mostraram que o elinzanetant foi eficaz em reduzir a frequência e a gravidade dos sintomas vasomotores já a partir da quarta semana de uso. No estudo OASIS 1, por exemplo, as mulheres que tomaram o medicamento apresentaram uma redução média de 3,3 episódios de fogachos por dia em comparação com aquelas que usaram placebo. Já no OASIS 2, a redução foi de 3,0 episódios diários. Após 12 semanas de tratamento, essa diferença se manteve significativa, com uma redução média de 3,2 episódios de fogachos em ambos os estudos.
A gravidade dos fogachos também apresentou melhoras expressivas. No OASIS 1, as participantes que tomaram elinzanetant relataram uma redução de 0,3 ponto na gravidade dos sintomas já na quarta semana, em comparação com o placebo, enquanto no OASIS 2 essa queda foi de 0,2 ponto. Após 12 semanas, a gravidade dos sintomas continuou a diminuir, com uma redução de 0,4 ponto no OASIS 1 e de 0,3 ponto no OASIS 2.
Esses números indicam que o elinzanetant não apenas reduz a quantidade de fogachos diários, mas também alivia sua intensidade, tornando-os menos incômodos para as mulheres que sofrem com esse problema.
Impacto no Sono e Qualidade de Vida
Além de reduzir os sintomas vasomotores, o elinzanetant também demonstrou melhorias importantes em outros aspectos da saúde das mulheres, especialmente nos distúrbios do sono, que são agravados pelos fogachos e suores noturnos. As participantes relataram uma melhora significativa na qualidade do sono nas primeiras 12 semanas de uso do medicamento, uma mudança que, segundo os pesquisadores, contribui diretamente para uma melhora geral no bem-estar das mulheres durante a pós-menopausa.
O impacto positivo do elinzanetant na qualidade de vida das mulheres foi outro ponto de destaque nos estudos. Através de questionários específicos para medir a qualidade de vida durante a menopausa, as participantes que tomaram o medicamento relataram menos desconforto e maior satisfação com sua saúde e bem