Estudo Revela Diferentes Riscos de Trombose Entre Métodos Contraceptivos: O Que Você Precisa Saber
Nova pesquisa demonstra que alguns anticoncepcionais apresentam maior risco de trombose que outros, reforçando a importância do acompanhamento médico personalizado
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Fábio H. M. Micheloto
2/11/20253 min read


Um novo estudo científico traz informações importantes para milhões de brasileiras que utilizam ou pretendem utilizar métodos contraceptivos hormonais. A pesquisa, publicada em uma das mais respeitadas revistas médicas do mundo, a JAMA, revelou que o risco de desenvolver trombose varia significativamente dependendo do tipo de contraceptivo utilizado.
O Que é Trombose e Por Que Devemos Nos Preocupar?
Antes de mergulharmos nos resultados do estudo, é importante entender o que é tromboembolismo venoso (TEV), popularmente conhecido como trombose. Trata-se de uma condição séria que ocorre quando se forma um coágulo sanguíneo em uma veia profunda, geralmente nas pernas. Em casos graves, esse coágulo pode se deslocar para os pulmões, causando uma embolia pulmonar potencialmente fatal.
Principais Descobertas do Estudo
Pílulas Combinadas Os pesquisadores descobriram que as pílulas anticoncepcionais combinadas (que contêm estrogênio e progesterona) apresentaram o maior risco de desenvolvimento de trombose. Em particular, aquelas contendo progestinas de terceira geração mostraram índices mais elevados de casos.
DIUs (Dispositivos Intrauterinos) Uma descoberta tranquilizadora foi que os DIUs não apresentaram diferença significativa no risco de trombose em comparação com mulheres que não utilizam nenhum método contraceptivo. Isso inclui tanto DIUs hormonais quanto os de cobre.
Adesivos e Implantes Para métodos como adesivos contraceptivos e implantes subdérmicos, os pesquisadores indicaram que os dados ainda são limitados para estabelecer conclusões definitivas sobre o risco de trombose.
A Importância do Acompanhamento Personalizado
Um dos pontos mais relevantes destacados pelo estudo é a necessidade de uma abordagem individualizada na escolha do método contraceptivo. Cada mulher possui um perfil único de saúde e fatores de risco, que devem ser considerados cuidadosamente pelo médico na hora de prescrever um anticoncepcional.
Fatores que Devem Ser Considerados:
Histórico familiar de trombose
Idade
Peso
Tabagismo
Pressão alta
Diabetes
Histórico de enxaqueca
Estilo de vida
Limitações do Estudo
Os próprios pesquisadores reconheceram algumas limitações importantes em seu trabalho:
A possibilidade de existirem fatores de confusão não controlados, mesmo com um desenho de estudo rigoroso
A população estudada era relativamente homogênea em termos de perfil de saúde e características demográficas, o que pode limitar a aplicabilidade dos resultados para todos os grupos populacionais
Recomendações Para as Usuárias
Não Interrompa o Uso Por Conta Própria Se você utiliza algum método contraceptivo e está preocupada com os riscos, não interrompa o uso sem orientação médica. A descontinuação abrupta pode causar alterações hormonais significativas e aumentar o risco de gravidez não planejada.
Consulte Seu Ginecologista Agende uma consulta com seu médico para discutir os resultados deste estudo e avaliar se seu método atual é o mais adequado para você.
Conheça os Sinais de Alerta É fundamental saber reconhecer os sintomas que podem indicar uma trombose:
Dor ou sensibilidade em uma das pernas
Inchaço ou vermelhidão
Sensação de calor na área afetada
Falta de ar súbita
Dor no peito
Tosse com sangue
Prevenção e Cuidados
Independentemente do método contraceptivo escolhido, algumas medidas podem ajudar a reduzir o risco de trombose:
Manter um peso saudável
Praticar atividade física regularmente
Evitar o tabagismo
Manter-se hidratada
Evitar longos períodos de imobilidade
Realizar check-ups médicos regulares
Perspectivas Futuras
Os pesquisadores enfatizam a necessidade de mais estudos, especialmente sobre métodos mais recentes como adesivos e implantes. Também destacam a importância do desenvolvimento de novos contraceptivos com perfis de risco ainda menores.
Conclusão
Este estudo representa um avanço importante no entendimento dos riscos associados a diferentes métodos contraceptivos. A principal mensagem é que não existe uma solução única para todas as mulheres. A escolha do método mais adequado deve ser feita de forma individualizada, considerando o perfil de cada pessoa e seus fatores de risco específicos.
A boa notícia é que existem várias opções disponíveis, e com o acompanhamento médico adequado, é possível encontrar um método contraceptivo que seja tanto eficaz quanto seguro para cada mulher.
Lembre-se: qualquer decisão sobre métodos contraceptivos deve ser tomada em conjunto com um profissional de saúde qualificado, que poderá avaliar seu caso específico e recomendar a melhor opção para você.