HIIT ou MICT? Descubra Qual Treino é Mais Eficaz para Melhorar a Saúde Vascular
Uma revisão sistemática comparou os impactos do treino intervalado de alta intensidade (HIIT) e do treino contínuo de intensidade moderada (MICT) na função vascular de pessoas com sobrepeso e obesidade. Veja qual deles é mais eficiente!
ENDOCRINOLOGIA
Fábio H. M. Micheloto
11/21/20244 min read


HIIT ou MICT? Uma revisão científica sobre os benefícios para a saúde vascular
A prática de exercícios físicos é amplamente reconhecida por seus benefícios para a saúde, especialmente na prevenção de doenças cardiovasculares. Recentemente, uma revisão sistemática trouxe à tona uma pergunta intrigante: qual é mais eficiente para melhorar a função vascular de pessoas com sobrepeso e obesidade, o treino intervalado de alta intensidade (HIIT) ou o treino contínuo de intensidade moderada (MICT)?
Os resultados dessa pesquisa apontam para benefícios diferenciados entre as duas modalidades, com destaque para o HIIT em muitos aspectos. Vamos explorar os principais achados deste estudo e entender como esses métodos de treinamento impactam parâmetros como fluxo sanguíneo, rigidez arterial e outros indicadores de saúde vascular.
O que é função vascular e por que ela importa?
A função vascular refere-se à saúde das artérias e vasos sanguíneos, essenciais para o transporte de oxigênio e nutrientes pelo corpo. Indicadores como a dilatação mediada pelo fluxo (FMD), a rigidez arterial e a velocidade da onda de pulso (PWV) avaliam a elasticidade e eficiência dos vasos sanguíneos.
Pessoas com sobrepeso ou obesidade apresentam maior risco de comprometimento vascular, o que aumenta a probabilidade de doenças cardíacas e metabólicas. Assim, compreender como diferentes formas de exercício podem melhorar esses marcadores é fundamental para desenvolver estratégias eficazes de prevenção.
HIIT vs. MICT: Metodologia do estudo
A revisão analisou 11 estudos experimentais publicados até janeiro de 2023, envolvendo 346 adultos com sobrepeso ou obesidade (IMC entre 25 e 36 kg/m²). Os participantes, com idades de 18 a 55 anos, foram submetidos a intervenções de HIIT ou MICT por períodos que variaram de 4 a 12 semanas.
Características dos treinos analisados:
HIIT: Intensidade de 85% a 95% da frequência cardíaca máxima (FCM), com sessões mais curtas e intervaladas por períodos de recuperação.
MICT: Intensidade de 60% a 70% da FCM, com duração contínua entre 30 e 60 minutos por sessão.
Os exercícios mais comuns incluíram ciclismo, corrida e caminhada em esteiras. Alguns estudos também incorporaram protocolos de força junto com os treinos aeróbicos.
Principais descobertas: os impactos no sistema vascular
Melhorias significativas no HIIT
Em seis dos 11 estudos revisados, o HIIT apresentou resultados superiores ao MICT na melhora de diversos parâmetros vasculares:
Dilatação mediada pelo fluxo (FMD): Estudos relataram aumentos de até 3,8% após 8 semanas de HIIT.
Diâmetro arterial e fluxo sanguíneo: Ganhos de 23% no fluxo médio e 28% na taxa de cisalhamento foram observados exclusivamente no HIIT.
Redução da rigidez arterial: Reduções de até 18,8% foram documentadas, com melhorias no índice de aumento (AIx) e na velocidade da onda de pulso (PWV).
Esses efeitos são atribuídos ao aumento da biodisponibilidade de óxido nítrico (NO), que relaxa os vasos sanguíneos, além da redução de marcadores inflamatórios e do estresse oxidativo.
Resultados do MICT
Embora o HIIT tenha mostrado maior eficácia em muitos parâmetros, o MICT também apresentou benefícios notáveis em alguns estudos:
Melhoria na FMD em participantes com maior tempo de exercício acumulado.
Aumento do diâmetro da artéria braquial, um indicador importante para a circulação periférica.
Esses resultados sugerem que o volume total de exercício pode ser um fator relevante na eficácia do MICT.
Tempo e eficiência: vantagem do HIIT
Um aspecto intrigante da comparação é a eficiência de tempo. Estudos mostram que o HIIT requer cerca de 40% menos tempo do que o MICT para alcançar benefícios semelhantes ou superiores na saúde vascular. Essa característica faz do HIIT uma alternativa atrativa para pessoas com agendas apertadas.
Desafios e limitações dos estudos
Apesar dos resultados promissores, algumas limitações foram observadas:
Heterogeneidade metodológica: Diferentes formas de medir a função vascular dificultaram a realização de uma meta-análise.
Falta de uniformidade nas intensidades: Alguns estudos usaram apenas a frequência cardíaca máxima (FCM), ignorando medidas como o VO2máx para determinar a intensidade ideal.
Fatores externos: Em um dos estudos, o consumo de alimentos como donuts pode ter prejudicado os resultados esperados na FMD.
Essas variáveis apontam para a necessidade de mais pesquisas padronizadas para validar os achados.
Como esses resultados se aplicam à prática?
Para indivíduos com sobrepeso ou obesidade, o HIIT oferece uma estratégia eficaz e eficiente para melhorar a saúde vascular. Com benefícios que aparecem em poucas semanas e exigem menos tempo de treino, o HIIT pode ser uma ferramenta poderosa para reduzir o risco cardiovascular.
No entanto, o MICT também continua sendo uma opção válida, especialmente para quem prefere treinos mais longos e menos intensos. A escolha entre os dois métodos deve levar em conta a preferência pessoal, as condições físicas e os objetivos específicos de cada indivíduo.
Conclusão: qual treino escolher?
Os achados desta revisão sistemática reforçam o potencial do HIIT como uma abordagem de exercício inovadora e eficaz para melhorar a função vascular em indivíduos com sobrepeso e obesidade. Apesar disso, o MICT ainda apresenta benefícios importantes, especialmente em contextos onde maior volume de exercício é necessário.
A mensagem principal é que exercício regular, seja HIIT ou MICT, é essencial para promover a saúde vascular e reduzir os riscos cardiovasculares. Para aqueles que buscam eficiência de tempo e resultados rápidos, o HIIT pode ser a escolha ideal. Já para quem prefere sessões mais longas e menos intensas, o MICT permanece como uma opção sólida.
Independentemente da escolha, o mais importante é se movimentar e adotar hábitos saudáveis para proteger o coração e o sistema vascular.
Com essa abordagem otimizada, a reportagem explora a temática de forma clara e cientificamente embasada, garantindo engajamento e alcance maior para diferentes públicos interessados em saúde e qualidade de vida.