Taxa de Suicídio nos EUA Volta a Subir
A taxa de suicídio nos Estados Unidos voltou a subir em 2022, atingindo 14,2 mortes por 100 mil habitantes, após uma leve queda durante a pandemia de COVID-19. Dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) destacam que o suicídio entre homens continua sendo três a quatro vezes maior que entre mulheres, com o uso de armas de fogo aumentando como o método predominante. No Brasil, a taxa de suicídio foi de 7,2 por 100 mil pessoas em 2022, sendo os homens o grupo mais vulnerável.
Fábio H. M. Micheloto
10/1/20245 min read


Taxa de Suicídio nos EUA Volta a Subir
A prevenção do suicídio depende de maior conscientização e acesso a serviços de apoio emocional, como o telefone 188 disponível 24 horas.
As taxas de suicídio nos Estados Unidos estão voltando a aumentar após uma queda observada durante a pandemia, de acordo com novas estatísticas. Dados recentes mostram que o número de mortes por suicídio, por 100 mil habitantes, caiu de 14,2 no ano pré-pandêmico de 2018 para 13,5 em 2020. No entanto, em 2022, essa taxa voltou a subir para 14,2 mortes por 100 mil americanos, conforme relatam pesquisadores dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC).
Este aumento reflete uma tendência trágica e de longa data. De 2002 a 2018, a taxa total de mortes por suicídio nos EUA aumentou 30%, passando de 10,9 para 14,2 mortes por 100 mil habitantes, segundo Matthew Garnett e Sally Curtin, coautores do relatório do Centro Nacional de Estatísticas de Saúde (NCHS) do CDC.
Ao analisarem os dados finais de 2022 do Sistema Nacional de Estatísticas Vitais, os pesquisadores identificaram variações na taxa de suicídio por idade, gênero e método utilizado. Entre os homens, a taxa de suicídio diminuiu ligeiramente entre meninos e jovens de 10 a 24 anos entre 2020 e 2022, mas aumentou entre homens acima de 24 anos.
De forma geral, a taxa de suicídio entre os homens continuou a subir, sendo três a quatro vezes maior do que a das mulheres ao longo do período analisado. Em 2022, a taxa de suicídio entre os homens foi de 23 mortes por 100 mil pessoas, enquanto entre as mulheres foi de 5,9.
Embora a taxa de suicídio entre mulheres seja menor que a dos homens, o número de suicídios entre meninas e mulheres é significativamente maior do que nas décadas anteriores. Em 2002, a taxa era de 4,2, atingiu um pico de 6,2 em 2018 e, em 2022, foi registrada em 5,7 por 100 mil pessoas. Mulheres de meia-idade parecem estar em maior risco.
Historicamente, as overdoses eram o método mais comum de suicídio entre as mulheres entre 2002 e 2015, mas em 2022, as armas de fogo se tornaram o método predominante. Esse padrão é ainda mais acentuado entre meninos e homens. O relatório mostra que a taxa de suicídio por arma de fogo entre os homens subiu de 10,3 por 100 mil pessoas em 2006 para 13,5 em 2022.
Os resultados foram publicados em 26 de setembro como um resumo de dados do NCHS.
Se você ou alguém que você conhece está em crise de saúde mental, o atendimento gratuito e anônimo está disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana, através do número 188 no Brasil.
Estatísticas brasileiras para comparação
No Brasil, as taxas de suicídio também preocupam, embora os números sejam relativamente menores do que os dos EUA. De acordo com dados do Ministério da Saúde, a taxa de suicídio no Brasil em 2022 foi de 7,2 mortes por 100 mil habitantes.
O número de homens que morrem por suicídio também é significativamente maior do que o de mulheres, com uma taxa de 11,7 entre os homens e 3,3 entre as mulheres.
Armas de fogo e enforcamento são os métodos mais comuns entre os homens, enquanto envenenamento é mais frequente entre as mulheres.
Principais Motivos que Levam Pessoas a Cometerem Suicídio
O suicídio é uma questão de saúde pública complexa e multifacetada, que envolve uma combinação de fatores psicológicos, biológicos, sociais e ambientais. A seguir, estão alguns dos principais motivos que podem levar uma pessoa a tirar sua própria vida:
1. Transtornos Mentais
Um dos fatores mais comuns associados ao suicídio são os transtornos mentais, como depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia e transtornos de ansiedade. A depressão, em particular, pode gerar um profundo sentimento de desesperança e inutilidade, levando o indivíduo a acreditar que o suicídio é a única saída.
2. Isolamento Social e Solidão
A falta de suporte social ou o isolamento pode agravar sentimentos de solidão e desconexão. Indivíduos que se sentem isolados ou alienados da sociedade têm maior risco de desenvolver pensamentos suicidas, pois muitas vezes acreditam que sua ausência não será notada.
3. Trauma e Abuso
Experiências traumáticas, como abuso físico, sexual ou emocional, podem deixar marcas profundas que aumentam o risco de suicídio. As vítimas de violência, especialmente em casos não tratados, podem sentir uma dor emocional constante e acreditar que não há como escapar dessa dor.
4. Doenças Crônicas ou Dor Prolongada
Doenças crônicas ou condições médicas que causam dor física constante podem ser um fator contribuinte para o suicídio. Indivíduos que convivem com a dor incessante ou doenças debilitantes podem ver o suicídio como uma forma de acabar com o sofrimento.
5. Problemas Financeiros e Desemprego
A perda de estabilidade financeira ou o desemprego podem levar a sentimentos de desespero e fracasso. A insegurança econômica, quando combinada com outros fatores de risco, pode ser um gatilho significativo para o comportamento suicida.
6. Rupturas em Relacionamentos
Perdas relacionadas a relacionamentos, como separações, divórcios ou a morte de um ente querido, podem ser devastadoras. A dor emocional associada a essas perdas pode deixar o indivíduo vulnerável ao suicídio, especialmente se o sistema de apoio emocional for fraco.
7. Abuso de Substâncias
O abuso de álcool e drogas está intimamente ligado ao suicídio. Substâncias como álcool podem amplificar sentimentos de tristeza e impulsividade, além de reduzir o julgamento, tornando mais provável que uma pessoa cometa suicídio durante um episódio de uso abusivo.
8. Pressão Social e Acadêmica
Entre jovens e adolescentes, a pressão social, acadêmica e a busca por aceitação podem ser fatores desencadeantes para o suicídio. O bullying, as expectativas familiares e a pressão para ter sucesso podem gerar um peso emocional esmagador.
9. Estigma e Falta de Acesso a Tratamento
O estigma associado à saúde mental e a falta de acesso a tratamento adequado são barreiras significativas para aqueles que sofrem em silêncio. Muitas pessoas não procuram ajuda por medo de serem julgadas ou estigmatizadas, agravando ainda mais a condição mental que pode levar ao suicídio.
10. Impulsividade
Algumas pessoas que cometem suicídio não planejam seus atos com antecedência. A impulsividade, especialmente em momentos de crise, pode levar à tomada de decisões fatais. Situações de estresse intenso ou instabilidade emocional podem resultar em atos impulsivos, sem que a pessoa realmente deseje acabar com a própria vida de forma definitiva.
Como Prevenir o Suicídio?
A prevenção do suicídio envolve identificar e abordar esses fatores de risco, promovendo a conscientização sobre saúde mental, oferecendo apoio emocional e aumentando o acesso a serviços de tratamento. A linha de apoio emocional 188, disponível no Brasil 24 horas, é um recurso vital para aqueles em crise.
Se você está enfrentando pensamentos suicidas, por favor, lembre-se de que não está sozinho. Embora o desespero possa parecer esmagador, há pessoas e profissionais dispostos a ajudar. Falar sobre o que está sentindo é um passo corajoso e importante. Procure amigos, familiares ou um profissional de saúde mental – eles podem oferecer o suporte que você precisa para superar esse momento.
Ligue para o 188, uma linha de apoio gratuita e disponível 24 horas, ou busque ajuda em um centro de atendimento próximo. Sua vida é valiosa, e há esperança, mesmo quando parece distante. Não hesite em pedir ajuda.